Na visão do especialista, “as doenças de notificação não obrigatória constituem um risco substancialmente superior para a saúde do que o VIH no controlo da carga viral”. Segundo os dados epidemiológicos globais, “em 2017, 1 milhão de pessoas morreram devido à infeção por VIH, mas cerca de 40 milhões de pessoas morreram devido a doenças de declaração não obrigatória”, exemplifica.
Os clínicos que acompanham doentes com VIH devem estar alerta para estas doenças a partir do momento em que os indivíduos atingem os 25 anos de idade, “quando os doentes começam a ter problemas”.
Como explica o Prof. Doutor Andrew Carr, o foco nas doenças de notificação não obrigatória “é mais do que alterar fármacos antirretrovirais, é também a avaliação e o tratamento na população em geral para doenças cardiovasculares, diabetes e doenças ósseas”, salientando a importância dos compromissos políticos e da necessidade de fomentar a adoção de estilos de vida saudáveis para melhorar a saúde dos doentes.
“Se queremos continuar a olhar pelos os cuidados de saúde em todos os doentes, temos de olhar além do tratamento médico e olhar para os cuidados de saúde da população”, conclui.